Expedito Torres(*)
Açude Ayres de Sousa - Próximo do ao volume morto. |
A atual crise hídrica, pelo qual passa
o Ceará, revelou situações até então não percebidas. Uma bem perto de nós foi a
importância que tem o Rio Jaibaras e seus contribuintes para a segurança
hídrica da cidade de Sobral, que tem uma população urbana de mais de 150 mil
habitantes.
O
Rio Acaraú, cuja perenidade é garantida pelo Açude Araras, teve suas comportas
fechadas, desde Setembro de 2015, toda água para cidade de Sobral, passou a ser
captada em sistemas provenientes dos Açudes Ayres de Sousa e Taquara, os dois
maiores construídos no rio.
A
bacia do Rio Jaibaras é de uma extensão de 1.560 quilômetros quadrados, em 09
municípios: Alcantaras, Cariré, Graça, Ibiapina, Meruoca, Mucambo, Pacujá,
Reriutaba e Sobral. Sendo que Sobral tem 490 quilômetros quadrados dentro da
bacia que representa 23% do território do município.
Além
de Sobral, merecem destaques os municípios de Cariré, com 441 quilômetros
quadrados; a totalidade da área do Pacuja, 76 quilômetros quadrados; Graça com
280 quilômetros quadrados que representa 99 por cento, e ainda o Mucambo, com 136
quilômetros quadrados, representando 71 por cento de sua área. Os demais
municípios contribuem com áreas menores, porém de igual importância.
Diante
desta situação, surge como grande desafio a sustentabilidade desse manancial,
Não só para Sobral, mas para os 09 municípios que compõem a bacia.
Açude Taquara - Município de Cariré/Pacujá |
O primeiro grande problema é a falsa
percepção de que o “problema não é meu”. E isso vale tanto para aqueles que
fazem o poder público municipal, empresas e sociedade civil. Parece que pelo
fato da gestão do recurso hídrico ser de responsabilidade do Estado do Ceara,
via sua agencia de gestão, a COGERH, nos imobiliza, torna invisível o problema
para nós.
O segundo grande problema é a falta do
reconhecimento da importância do Rio Jaibaras e seus afluentes para os
municípios que o compõem. Estima-se em pelo menos 300 mil pessoas que dependem
dele.
O terceiro grande problema é
degradação silenciosa. Como não estar visível, não é percebido, então não é
discutido, abrindo espaço para que diversas práticas e infrações ambientais
sejam cometidas.
Nesse contexto se faz necessário uma
ampla discussão sobre o Rio Jaibaras, seu papel, e as medidas para a “PRESERVAÇÃO
E RECUPERAÇÃO DO RIO JAIBARAS.
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Expedito
Torres e membro do CBH – Acaraú
(Comitê da Bacia Hidrografia do Acaraú), Diretor do Instituto de Ecologia
Social Carnauba e da G3 Consultoria Ambiental Ltda –ME.