quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O RIO JAIBARAS E A SEGURANÇA HIDRICA DE SOBRAL

Expedito Torres(*)


Açude Ayres de Sousa - Próximo do ao volume morto.
A atual crise hídrica, pelo qual passa o Ceará, revelou situações até então não percebidas. Uma bem perto de nós foi a importância que tem o Rio Jaibaras e seus contribuintes para a segurança hídrica da cidade de Sobral, que tem uma população urbana de mais de 150 mil habitantes.

O Rio Acaraú, cuja perenidade é garantida pelo Açude Araras, teve suas comportas fechadas, desde Setembro de 2015, toda água para cidade de Sobral, passou a ser captada em sistemas provenientes dos Açudes Ayres de Sousa e Taquara, os dois maiores construídos no rio.

A bacia do Rio Jaibaras é de uma extensão de 1.560 quilômetros quadrados, em 09 municípios: Alcantaras, Cariré, Graça, Ibiapina, Meruoca, Mucambo, Pacujá, Reriutaba e Sobral. Sendo que Sobral tem 490 quilômetros quadrados dentro da bacia que representa 23% do território do município. 

Além de Sobral, merecem destaques os municípios de Cariré, com 441 quilômetros quadrados; a totalidade da área do Pacuja, 76 quilômetros quadrados; Graça com 280 quilômetros quadrados que representa 99 por cento, e ainda o Mucambo, com 136 quilômetros quadrados, representando 71 por cento de sua área. Os demais municípios contribuem com áreas menores, porém de igual importância.

Diante desta situação, surge como grande desafio a sustentabilidade desse manancial, Não só para Sobral, mas para os 09 municípios que compõem a bacia.

Açude Taquara - Município de Cariré/Pacujá
O primeiro grande problema é a falsa percepção de que o “problema não é meu”. E isso vale tanto para aqueles que fazem o poder público municipal, empresas e sociedade civil. Parece que pelo fato da gestão do recurso hídrico ser de responsabilidade do Estado do Ceara, via sua agencia de gestão, a COGERH, nos imobiliza, torna invisível o problema para nós.

O segundo grande problema é a falta do reconhecimento da importância do Rio Jaibaras e seus afluentes para os municípios que o compõem. Estima-se em pelo menos 300 mil pessoas que dependem dele.

O terceiro grande problema é degradação silenciosa. Como não estar visível, não é percebido, então não é discutido, abrindo espaço para que diversas práticas e infrações ambientais sejam cometidas.

Nesse contexto se faz necessário uma ampla discussão sobre o Rio Jaibaras, seu papel, e as medidas para a “PRESERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DO RIO JAIBARAS.
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Expedito Torres e membro do CBH – Acaraú (Comitê da Bacia Hidrografia do Acaraú), Diretor do Instituto de Ecologia Social Carnauba e da G3 Consultoria Ambiental Ltda –ME.